segunda-feira, 13 de maio de 2013

Cristãos, homossexuais e seus extremos


Evito o máximo entrar em acirrados debates na internet em torno de assuntos polêmicos. Pessoalmente não gosto da acidez de muitos debates comuns nas redes sociais nos nossos dias. Ao mesmo tempo, sou radical na defesa da liberdade de opinião e de expressão e, por isso, mais ainda não costumo disputar argumentos em postagens nos perfis de quem quer que seja nas redes sociais, afinal o perfil é “nosso” e nós postamos o que consideramos conveniente.

Por outro lado, na defesa dessa liberdade, publico no meu perfil nas redes sociais e no meu Blog aquilo que penso no exercício responsável da minha liberdade de opinião e expressão. Nessa atividade sou bem consciente que o meu direito de me expressar inclui o meu dever de respeitar a opinião alheia. Esta tem sido a minha postura e etiqueta para os mais diversos ambientes, inclusive, na internet, pois creio que o respeito é a pavimentação de um debate de alto nível.

O fato é que, o acirramento entre homossexuais e cristãos nos últimos tempos tem ultrapassado em muito a barreira do respeito nas redes sociais. Não consigo nem entender direito o porquê de tantos gritos soltos de ambos os lados. Não consigo – por mais que tente – dar razão a um ou outro grupo diante dos excessos dos mais radicais de ambos os lados consubstanciados nas mais diversas formas de provocação.

Conheço vários homossexuais, alguns que são uma vergonha, outros que são até exemplos em muitas áreas. Eu os respeito por serem humanos como eu sou.  Admito até que – humanamente falando – eles são “livres” para serem homossexuais.  Não concordo, porém, com o uso da tal liberdade quando travestida de libertinagem para afrontar a outros que são – humanamente e espiritualmente falando – LIVRES para também serem o que quiserem, inclusive, cristãos!

Nessa discussão toda, o nosso país não pode continuar servindo de palco para insipientes ditaduras antagônicas. Por um lado, não se pode admitir que um grupo de pessoas que assumem posturas homossexuais – por opção, por educação ou por traumas na gênese de sua personalidade – queira impor o mimo de uma superproteção legal em detrimento aos direitos mais fundamentais da coletividade; nem tampouco por outro lado se pode admitir em um estado laico como o nosso - onde é possível inclusive não seguir nenhuma religião - a supremacia de uma religião que, porque é dominante em número (quando unida), parece querer se confundir com o Estado e esmagar direitos também fundamentais de uma minoria.

Outro dia, ao assistir um vídeo postado em meio a esta guerra no Facebook, considerei uma fala muito equilibrada do estilista e deputado Clodovil (que inclusive era gay) ao afirmar que era inútil e sem sentido falar-se em um “orgulho gay”, afinal, “o que é isso!?” – questionou. Como ele mesmo disse naquela ocasião, melhor seria se orgulhar de quem você é, de que tipo de pessoa você é e de que diferença você faz para melhorar a sociedade do que orgulhar-se por simplesmente ser gay. Clodovil apontou para o ser humano que está por trás e ao mesmo tempo bem acima desse comportamento.

O ponto de reflexão no qual quero chegar é que, do ponto de vista da sociedade, a liberdade de alguém assumir um comportamento homossexual, de unir-se a alguém e chamar essa união de casamento ou de família, não me retira o direito e a liberdade de dizer que para mim a verdadeira família é bem diferente do que hoje se conhece como “família não-tradicional” ou “novos tipos de família” que – diga-se de passagem - considero um erro abominável.

Tenho o direito de defender a família como uma criação de Deus e não de homens. Afinal, Ele a inventou, Ele a projetou, Ele dividiu funções dentro dela e é Ele quem perfeitamente sela a união de um homem com uma mulher e faz dessa união a base de uma família de verdade. É nisso que acredito, é isso que curto, é esta verdade que compartilho e mais do que isso... é isso que vivo. Esta é a minha visão de família como de fato Deus a projetou.

É Deus, sem dúvidas, a maior autoridade para falar em família, afinal, foi Ele quem a criou. Deus fez do homem a mulher, ou seja, criou do homem um ser semelhante, porém, ao mesmo tempo diferente para que de fato faça sentido uma união legítima de dois seres que se completam, dois indivíduos que ao mesmo tempo que são semelhantes, são também diferentes. Não se deve, portanto, chamar outro tipo de união diferente dessa de família, assim como não se pode dizer que existe um casal ou um casamento se as partes  não forem um homem e uma mulher.  

Em meio a excessos e gritos de ambos os lados dessa “guerra” protagonizada não por todos os homossexuais e muito menos ainda por parte dos cristãos, desejo baixar o volume desses bombardeios para quebrar o silêncio apenas com a lembrança de algo extremamente simples na vida em sociedade regida também por um ordenamento jurídico: somos humanos, somos cidadãos, temos direitos, temos deveres, somos livres e, portanto, temos direito a expressarmos livremente nossas opiniões e ainda de vivermos de forma coerente com aquilo que acreditamos.

Os homossexuais têm – como cidadãos - o direito de o serem e de agirem em sua afetividade como entendem... devendo, porém, considerar que nessa guerra pelos “direitos” não devem esquecer dos seus “deveres” para com os outros. Quem quer respeito, respeite!

Ao mesmo tempo, desejo sinceramente que a igreja cristã, orientada pelo Espírito Santo, seja de fato igreja do Deus vivo! Que sejamos uma igreja que saiba tratar todos aqueles que não conhecem a graça de Deus com respeito, acolhimento e amor, apresentando a mensagem salvadora do Evangelho com intrepidez e vigor, mas ao mesmo tempo com a ternura e a gratidão características de indivíduos que reconhecem o quanto eram também pecadores perdidos antes de serem alcançados de forma imerecida pela graça de Deus.


"... porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"

André G. Bronzeado