Evito
o máximo entrar em acirrados debates na internet em torno de assuntos polêmicos.
Pessoalmente não gosto da acidez de muitos debates comuns nas redes sociais nos
nossos dias. Ao mesmo tempo, sou radical na defesa da liberdade de opinião e de
expressão e, por isso, mais ainda não costumo disputar argumentos em postagens
nos perfis de quem quer que seja nas redes sociais, afinal o perfil é “nosso” e
nós postamos o que consideramos conveniente.
Por
outro lado, na defesa dessa liberdade, publico no meu perfil nas redes sociais
e no meu Blog aquilo que penso no exercício responsável da minha liberdade de
opinião e expressão. Nessa atividade sou bem consciente que o meu direito de me
expressar inclui o meu dever de respeitar a opinião alheia. Esta tem sido a
minha postura e etiqueta para os mais diversos ambientes, inclusive, na
internet, pois creio que o respeito é a pavimentação de um debate de alto
nível.
O
fato é que, o acirramento entre homossexuais e cristãos nos últimos tempos tem
ultrapassado em muito a barreira do respeito nas redes sociais. Não consigo nem
entender direito o porquê de tantos gritos soltos de ambos os lados. Não
consigo – por mais que tente – dar razão a um ou outro grupo diante dos
excessos dos mais radicais de ambos os lados consubstanciados nas mais diversas
formas de provocação.
Conheço vários homossexuais, alguns que são uma vergonha, outros que são até
exemplos em muitas áreas. Eu os respeito por serem humanos como eu sou. Admito até que – humanamente falando – eles
são “livres” para serem homossexuais. Não concordo, porém, com o uso da tal
liberdade quando travestida de libertinagem para afrontar a outros que são –
humanamente e espiritualmente falando – LIVRES para também serem o que
quiserem, inclusive, cristãos!
Nessa
discussão toda, o nosso país não pode continuar servindo de palco para
insipientes ditaduras antagônicas. Por um lado, não se pode admitir que um
grupo de pessoas que assumem posturas homossexuais – por opção, por educação ou
por traumas na gênese de sua personalidade – queira impor o mimo de uma
superproteção legal em detrimento aos direitos mais fundamentais da
coletividade; nem tampouco por outro lado se pode admitir em um estado laico como
o nosso - onde é possível inclusive não seguir nenhuma religião - a supremacia
de uma religião que, porque é dominante em número (quando unida), parece querer se
confundir com o Estado e esmagar direitos também fundamentais de uma minoria.
Outro
dia, ao assistir um vídeo postado em meio a esta guerra no Facebook, considerei
uma fala muito equilibrada do estilista e deputado Clodovil (que inclusive era
gay) ao afirmar que era inútil e sem sentido falar-se em um “orgulho gay”,
afinal, “o que é isso!?” – questionou. Como ele mesmo disse naquela ocasião,
melhor seria se orgulhar de quem você é, de que tipo de pessoa você é e de que
diferença você faz para melhorar a sociedade do que orgulhar-se por
simplesmente ser gay. Clodovil apontou para o ser humano que está por trás e ao
mesmo tempo bem acima desse comportamento.
O
ponto de reflexão no qual quero chegar é que, do ponto de vista da sociedade, a
liberdade de alguém assumir um comportamento homossexual, de unir-se a alguém e
chamar essa união de casamento ou de família, não me retira o direito e a
liberdade de dizer que para mim a verdadeira família é bem diferente do que
hoje se conhece como “família não-tradicional” ou “novos tipos de família” que –
diga-se de passagem - considero um erro abominável.
Tenho
o direito de defender a família como uma criação de Deus e não de homens. Afinal,
Ele a inventou, Ele a projetou, Ele dividiu funções dentro dela e é Ele quem
perfeitamente sela a união de um homem com uma mulher e faz dessa união a base
de uma família de verdade. É nisso que acredito, é isso que curto, é esta
verdade que compartilho e mais do que isso... é isso que vivo. Esta é a minha
visão de família como de fato Deus a projetou.
É
Deus, sem dúvidas, a maior autoridade para falar em família, afinal, foi Ele
quem a criou. Deus fez do homem a mulher, ou seja, criou do homem um ser
semelhante, porém, ao mesmo tempo diferente para que de fato faça sentido uma
união legítima de dois seres que se completam, dois indivíduos que ao mesmo
tempo que são semelhantes, são também diferentes. Não se deve, portanto, chamar
outro tipo de união diferente dessa de família, assim como não se pode dizer
que existe um casal ou um casamento se as partes não forem um homem e uma
mulher.
Em
meio a excessos e gritos de ambos os lados dessa “guerra” protagonizada não por todos os homossexuais e muito menos ainda por parte dos cristãos, desejo baixar o
volume desses bombardeios para quebrar o silêncio apenas com a lembrança de
algo extremamente simples na vida em sociedade regida também por um ordenamento
jurídico: somos humanos, somos cidadãos, temos direitos, temos deveres, somos livres
e, portanto, temos direito a expressarmos livremente nossas opiniões e ainda de
vivermos de forma coerente com aquilo que acreditamos.
Os
homossexuais têm – como cidadãos - o direito de o serem e de agirem em sua
afetividade como entendem... devendo, porém, considerar que nessa guerra pelos
“direitos” não devem esquecer dos seus “deveres” para com os outros. Quem quer
respeito, respeite!
Ao
mesmo tempo, desejo sinceramente que a igreja cristã, orientada pelo Espírito
Santo, seja de fato igreja do Deus vivo! Que sejamos uma igreja que saiba tratar todos
aqueles que não conhecem a graça de Deus com respeito, acolhimento e amor,
apresentando a mensagem salvadora do Evangelho com intrepidez e vigor, mas ao
mesmo tempo com a ternura e a gratidão características de indivíduos que reconhecem o quanto eram
também pecadores perdidos antes de serem alcançados de forma imerecida pela
graça de Deus.
"... porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus"
André G. Bronzeado
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