domingo, 4 de janeiro de 2009

Salvos pela graça, por meio da fé


Desde que nascemos já trazemos conosco a “semente do pecado” que um dia, de alguma maneira, germinará, brotará e se manifestará na forma de atitudes pecaminosas. O pecado atingiu a toda humanidade destruindo a comunhão entre Deus e o homem. O único caminho que nos conduz a uma vida de comunhão com Deus é Jesus Cristo, que garantiu a nossa reconciliação com o Pai Celestial.

Através de Adão o pecado propagou-se a toda humanidade atingindo o homem em sua totalidade. A Bíblia ensina que “todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rom. 3:23). Adão e Eva, instigados pelo diabo, desobedeceram à ordem de Deus ao comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, que Deus os proibira de comer. Diante dessa desobediência, o pecado entrou no mundo, constituindo verdadeira epidemia espiritual na humanidade, transferida a todos os homens. É o que diz o apóstolo Paulo escrevendo aos romanos ao afirmar: “Portanto, como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso todos pecaram” (Rom. 5:12).
Deus, porém, provando o Seu grande, infinito e inigualável amor para conosco, sacrificou o Seu próprio Filho, Jesus Cristo, a fim de nos salvar, reconciliando-nos consigo. Jesus nunca pecou, mas levou sobre si os pecados de toda a humanidade, os nossos pecados. O sacrifício de Jesus na cruz do calvário nos livrou da culpa, do castigo e da condenação eterna. A Bíblia diz que “... Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Enfatiza, ainda, o apóstolo Paulo: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rom. 5:8).


É pela graça, por meio da fé em Jesus Cristo e no Seu Evangelho que somos salvos. Nossa salvação não se baseia em méritos nossos nem na prática de boas obras ou caridade. Salvação não se compra; não se conquista como um troféu ou uma medalha e não é resultado de um empreendimento ou de esforços humanos. A salvação provém de Deus e pertence a Ele. É Deus quem nos salva através de Sua graça irresistível; Ele é Deus conquistador! As Sagradas Escrituras nos informam: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2:8,9). Diante de Deus somos justificados pela fé em Cristo, e esta é um dom de Deus.

Ao analisarmos a história do malfeitor que foi crucificado ao lado do Senhor Jesus Cristo, deparamo-nos com a verdade bíblica aqui exposta na prática, a saber, que somos salvos pela graça, por meio da fé. A fé que como dom Deus concedeu àquele malfeitor fez a diferença e repercutiu diretamente na sua vida na eternidade, senão vejamos: 

“E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. (...) E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós. Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez. E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares em teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estará comigo no Paraíso”. (Lucas 23:33,39-43).

Como visto, um dos malfeitores blasfemava e zombava de Jesus; esse rejeitou a Jesus. O outro malfeitor, por sua vez, manifestou sua fé em Jesus Cristo ao dizer: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. Anote-se que este homem era um malfeitor, isto é, era alguém que vivia a praticar o mal. Quais eram, então, as boas obras ou os méritos daquele homem que pudessem lhe conferir meritoriamente a vida eterna? Jesus por acaso ordenou que aquele malfeitor descesse da cruz para praticar boas obras ou obedecer a sacramentos? Definitivamente não!

Aquele homem depositou a sua fé em Jesus Cristo e teve os seus pecados perdoados. Se dependesse dos seus méritos pessoais ou de fazer alguma coisa em prol de sua salvação certamente aquele homem estaria no inferno, já que o mesmo vivia a praticar o mal. Porém não foi isto o que aconteceu; Jesus lhe disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”.

Quando realmente cremos em Jesus Cristo de todo coração e obedecemos a Palavra de Deus, automaticamente flui em nós um profundo sentimento de amor ao próximo, o que nos leva a praticar boas obras, a termos um bom procedimento e a glorificarmos a Deus. Essas coisas todo cristão deve fazer, pois elas fazem parte da maneira de viver do crente. Não é através de obras, porém, que alcançamos a salvação. As boas obras estão intrinsecamente ligadas à fé, afinal, elas fluem quando temos uma fé viva no Deus vivo e são veredas que diantemão Deus preparou para que os eleitos andasse nelas! Sola Gratia, Sola fide.

Com carinho,

André G. Bronzeado.

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