quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Carnaval sem máscaras


O Brasil é conhecido em todo o mundo por causa do futebol, das praias tropicais e, sobretudo, por causa do seu carnaval. O carnaval é a festa mais popular do nosso país e especialmente algumas localidades atraem multidões de pessoas ávidas por desfrutar da “alegria” que a festa pode lhes proporcionar.

Grandes blocos de rua convidam a multidão de foliões para algumas cidades do nordeste, tais como o “Galo da Madrugada” no Recife-PE e as “Muriçocas do Miramar” em João Pessoa-PB. Na cidade de Salvador-BA, o verdadeiro centro do carnaval brasileiro, esta festa também é feita nas ruas através das inúmeras bandas de axé e seus trios elétricos.

No sudeste, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, o grande lance se dá através das escolas de samba que se apresentam em sambódromos perante multidões de espectadores. Em todas essas formas de se fazer o carnaval há uma característica essencial e intrínseca à festa, a saber, o apelo pela libertinagem carnal que se mostra em avenidas e blocos com diversas faces diferentes, objetivando a satisfação de paixões e desejos puramente carnais. A nudez e o sexo imperam. Nos dias de carnaval a regra é a do “vale tudo”; o importante é se alegrar e curtir.

Mas como surgiu então o carnaval? Na verdade, o catolicismo romano teve uma contribuição decisiva na criação do carnaval. Aconteceu que no século VII d. C., o papa Gregório I determinou que todos os fiéis se dedicassem por quarenta dias a assuntos espirituais, ou seja, o povo deveria mergulhar em orações e jejuns visando maior consagração a Deus sob inspiração nos quarenta dias que o Senhor Jesus esteve no deserto a se consagrar (Mateus 4:2).

Esses quarenta dias logo passaram a ser chamados de “Quaresma” e ainda são observados pelos católicos atualmente, desde a quarta-feira de Cinzas até o domingo de Páscoa. Durante a quaresma, além da proposta de se consagrar a Deus, os fiéis foram orientados a não comerem carne. Desta feita, alguns grupos de pessoas lançaram a seguinte proposta: já que vamos passar quarenta dias em estado de abstinência, por que não permitir que o povo faça algumas extravagâncias antes?

A igreja romana concordou e oficializou a prática permitindo, portanto, que as pessoas passassem uns dias de “vale tudo” antes da Quaresma. A festa que surgira passou a se chamar de "adeus à carne", que em italiano é carne vale ou carnevale, resultando na palavra carnaval. Como se vê, se a igreja católica não tivesse inventado a Quaresma, talvez o carnaval não existisse hoje! Além disso, cumpre-me ressaltar que apenas em países católicos o carnaval é comemorado.

O que vemos nos nossos dias é que o carnaval usa uma máscara de alegria e a fantasia da satisfação pessoal momentânea e do prazer para esconder seu verdadeiro rosto. Quando retiramos as máscaras dessa festa, deparamo-nos com a estampa da realidade que há por trás do carnaval, a saber, o pecado em suas mais diversas faces. Sem as máscaras, temos o contato com o carnaval de “cara limpa” e então vemos a prostituição, a devassidão, as drogas, as brigas, as relações sexuais ilícitas, enfim, conhecemos toda a sorte de imundícia que há por trás da aparente alegria carnavalesca que não agrada a Deus e que não é capaz de proporcionar verdadeiro contentamento ao homem.

O carnaval é o festival da carne e sua alegria, além de passageira, é uma grande ilusão. Promiscuidade não pode produzir alegria verdadeira e quem vive na carne, isto é, no pecado, não pode agradar a Deus. A Bíblia Sagrada demonstra claramente que as obras da carne não agradam a Deus e ainda adverte que os que as praticam não herdarão o reino de Deus, senão vejamos:


“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais declaro, como já, outrora vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam” (Gálatas 5:19-21).

Ao lermos esse texto, é possível visualizarmos cada uma dessas obras sendo festejada no carnaval. É só percebermos as notícias dos jornais na quarta-feira de Cinzas para conhecermos os resultados dessa festa. O comandante da folia, a saber, Satanás, contabiliza alegremente o aumento da prostituição, a impureza que manchou o que estava limpo, o apelo lascivo da sensualidade através de mulheres despidas, a idolatria através da aclamação de blocos e de artistas, a presença forte de feitiçarias na consagração da festa a orixás e entidades do baixo espiritismo, e assim por diante... Anote-se ainda, o alto consumo de bebidas alcoólicas que põe a vida de várias pessoas em risco.

Não é demais repetir que a alegria do carnaval é uma ilusão. O carnaval precisa de máscaras para mostrar sua alegria, precisa de fantasias para mostrar seu colorido, precisa embriagar pessoas para que elas façam o que Satanás deseja, precisa do apelo sensual para tirar a pureza sexual de milhares de pessoas e precisa do incentivo ao “vale tudo” para propagar inúmeras enfermidades sexualmente transmissíveis (DST´s), muitas delas incuráveis.

E sem demora surge a “Quarta-feira de Cinzas”, o dia do "adeus à carne" ou "carne vale". Nesse dia as máscaras do carnaval caem, as fantasias não mais existem e o colorido do carnaval cede lugar ao clima cinzento e negro da velha vida sem Deus e do vazio que continua a existir no coração. 'Carnaval, para onde foi tua alegria e teu colorido? Ontem promovias a nudez nas pessoas, hoje tu estás nu e assim podemos enxergar que és mais uma estratégia que Satanás usa para destruir o homem.'

Lembro-me do Éden, lembro-me daquele fruto que aos olhos de Eva era BOM para se comer, AGRADÁVEL aos olhos e DESEJÁVEL para lhe dar entendimento. O pecado tem essas faces de satisfação. Por outro lado, lembro-me das palavras do Apóstolo Paulo escrevendo aos romanos: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a BOA, AGRADÁVEL e PERFEITA vontade de Deus”.

A verdadeira alegria só têm aqueles que verdadeiramente conhecem a Jesus, aqueles que crucificaram a carne juntamente com suas paixões, desejos e concupiscências e passaram a viver e a andar no Espírito, fazendo a vontade de Deus que é perfeita. O fruto do Espírito, isto é, o resultado de uma vida em plena comunhão com Deus é “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Galatas 5:22,23). Não se deixe iludir pela alegria passageira proporcionada pelo carnaval. Só Deus pode preencher o vazio existente no coração do homem e lhe dar a alegria que jamais acaba.

Com carinho,

André G. Bronzeado
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Imagem: jcandrioli.wordpress.com

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o artigo!! Ótima aplicação do texto de Gálatas! Que Deus continue te abençoando, André!

JOELSON GOMES disse...

É isso ai André, escreva mais.

Roberto Ribeiro disse...

Texto excelente! Muito contribuiu para meu conhecimento. Claramente um dos melhores que li a respeito. Parabéns.